Finep e BNDES lançam programa de R$ 2,2 bi para indústria química
A Finep e o BNDES lançam no dia 5 de novembro o primeiro edital do Programa de Desenvolvimento da Indústria Química (Padiq). É o 13º edital do Inova Empresas, criado em 2010 dentro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o primeiro desenvolvido a partir de uma ampla análise do setor.
O Padiq coloca R$ 2,2 bilhões disponíveis para a área química em sete linhas: aditivos alimentícios para animais (metionina), derivados do silício, materiais compostos revestidos com fibras, insumos químicos para higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, produtos químicos de fontes renováveis, produtos para exploração e produção do petróleo.
O diretor de inovação da Finep, Elias Ramos de Souza, explica que para chegar às seis linhas temáticas, foram mapeadas mais de 50 atividades. Dessas, 18 foram estudadas a fundo em uma análise que incluiu consultas a 20 empresas, 6 instituições de ciência e tecnologia e 19 pesquisadores do setor.
As sete linhas atendem a interesses do setor e a fragilidades do país, já que o setor químico é fornecedor de matéria-prima para diversos segmentos e segundo em relevância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria. Um exemplo é a metionina. O Brasil consome 10% da produção global do insumo, que é 100% importada, com impacto, entre outros fatores, na balança comercial, embora o país esteja na sétima posição no ranking global do setor.
“Todos os projetos do Inova Empresa nasceram de análises dos setores, mas essa é a primeira vez que fazemos uma consulta pública antes do lançamento do edital. O estudo da consultoria Bain & Company identificou lacunas tecnológicas existentes na indústria. Nosso critério foi levantar os itens que têm potencial de mercado no Brasil”, explicou o diretor de inovação.
Finep e BNDES aportarão metade dos R$ 2,2 bilhões cada um, e R$ 2 bilhões serão alocados em linhas reembolsáveis, que têm prazo de três meses para apresentação de propostas. Para os R$ 200 milhões destinados às linhas não reembolsáveis, que incluem subvenção econômica para empresas e recursos para institutos de pesquisa, o prazo é de seis meses.
“No programa Inova Empresas, a participação dos institutos de pesquisa ocorre sempre em conjunto com a indústria”, explica o diretor da Finep. Os projetos serão analisados por um comitê formado por representante do BNDES e da Finep. Caberá ao comitê indicar qual o modelo de financiamento mais adequado, que pode ser crédito reembolsável, participação na empresa (equity), recursos não reembolsáveis, e também se devem ser alocados na carteira do banco ou da Finep.
Souza explica que a Finep costuma concentrar atividades ligadas diretamente a inovação enquanto o BNDES assume projetos de escala industrial e de escalonamento da produção. O histórico de relacionamento com uma das duas instituições também ajuda a direcionar o projeto.
Desde o lançamento do Inova Empresas, em 2010, já foram disponibilizados cerca de R$ 30 bilhões aos 12 editais já lançados e aprovados R$ 35 bilhões em projetos. A diferença é possível porque o desembolso não é imediato. Desses recursos, a Finep entrou com R$ 15 bilhões e o BNDES com o restante.
Fonte: Valor Econômico